Comemoração
Arroio do Padre completa 27 anos e mostra suas potencialidades
Do mel à fruticultura, produtores buscam a diversificação das atividades em detrimento do fumo
Foto: Divulgação - Rainha e princesas recepcionam os visitantes da festa no sábado e no domingo no Centro de Eventos
Arroio do Padre, município enclave de Pelotas, completa 27 anos de emancipação política na segunda-feira (17) e celebra suas potencialidades durante a 18ª Festa Municipal de Arroio do Padre, o 27º Aniversário de Emancipação e a 14ª Festa Regional do Caqui e da Maçã, com atividades programadas de hoje até domingo.
Abrindo a programação de aniversário, nesta quinta-feira (13) está acontecendo o 3º Concurso Municipal de Qualidade do Mel, no salão pequeno da Comunidade Arroio do Padre II. De acordo com o chefe do Escritório da Emater local, Ricardo Bonini Afonso, a expectativa é de que participem de dez a 12 apicultores, a partir da entrega de amostras nas categorias mel claro e mel escuro. “Temos cinco jurados convidados que irão avaliar as amostras nos critérios de cor, apresentação, aroma e sabor com o olhar de consumidores e atribuindo nota a cada um dos méis provados”, explica.
Segundo ele, as amostras aos jurados serão identificadas por números para que não saibam a qual produtor pertencem. O primeiro e segundo lugares de cada categoria da etapa municipal irão participar da etapa regional, durante o 6º Concurso Regional de Qualidade do Mel, que ocorre no dia 3 de maio, em Capão do Leão. “A maioria dos apicultores devem apresentar amostras nas duas categorias”, disse.
Em início da colheita da safra de outono, que inicia em abril e se estende ao mês de maio, a expectativa é de uma boa produção, proporcionada pelas boas condições de floração, diz o extensionista. A próxima colheita ocorre na primavera, no mês de novembro.
Diversificação na produção
No município com vocação essencialmente agropecuária, a cultura do tabaco se destaca com cerca de 1,2 mil hectares cultivados, constituindo-se na maior fatia do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com a equipe de extensionistas da Emater local, a cultura se mantém estável na área plantada, mas foi afetada pela estiagem e deve apresentar perdas na produção em torno de 23%. “Dos 427 estabelecimentos agropecuários locais, 271 produzem tabaco, mais de 60% têm o fumo como uma de suas atividades”, ressalta o extensionista Cristian Vergara.
Nos últimos anos, são observadas tanto a diversificação como a retomada por parte dos produtores da produção de alimentos para o consumo da família, como batata inglesa, feijão e proteína animal, observam os extensionistas. Com isso, o tabaco é mais uma dentro das inúmeras atividades desenvolvidas pelos agricultores familiares do município.
Caqui e maçã
Na fruticultura, além das tradicionais culturas do caqui e da maçã, exaltadas na festa, outras frutícolas como o pêssego, a pitaya, os citros, ameixa e goiaba ganham espaço nas propriedades. No caqui, são quatro hectares e mais ou menos 12 produtores, três com produção maior e os demais em pequenas áreas. A produtividade gira em torno de 20 toneladas por hectare e a expectativa é de 80 toneladas nesta safra, que se estende até maio.
Na maçã, são seis hectares e dois produtores, dois irmãos. A produção chega a 100 toneladas. Neste ano, devido às exigências de mercado, toda a produção já foi comercializada. A safra da fruta ocorre no mês de janeiro.
Outras atividades
A olericultura é forte no município e envolve 100 hectares e 70 agricultores. Um fator a se destacar diz respeito às produtividades, explica o extensionista. “Produtores cada vez mais especializados, que investem em melhorias, como irrigação e condições de solo, obtêm bons resultados na produtividade e qualidade dos produtos”, ressalta. Além disso, a proximidade do mercado consumidor - 30 quilômetros de Pelotas - propicia que os produtos cheguem fresquinhos aos consumidores.
Dos 70 agricultores, dez são produtores orgânicos e, além destes, existem outros em transição, que não utilizam agrotóxicos, mas ainda mantêm os adubos químicos. A produção é diversificada, e a expansão da área de cultivo se deu principalmente nas culturas do brócolis, abóbora cabotiá e batata-doce.
Na bovinocultura leiteira, há diminuição do número de produtores. São cerca de 45 propriedades, 65% produzem de 150 a 300 litros por dia. A expectativa era de chegar aos quatro milhões de litros neste ano safra, mas novamente ocorreu estiagem e as perdas devem chegar a 20%. Observa-se, também, uma maior profissionalização dos produtores, assim como investimentos de médio e grande porte, como irrigação, ordenhas canalizadas e galpões para semiconfinamento.
A cultura da soja está em expansão, com 650 hectares semeados, em detrimento da cultura do milho, com área também de 650 hectares, o que inclui aquelas implantadas na sequência do tabaco. A expansão não é maior por falta de área para o cultivo. Assim como as demais atividades, a soja também foi prejudicada pela estiagem, mas as áreas implantadas mais tarde apresentam um bom potencial produtivo. A colheita está em andamento com cerca de 30% da área colhida.
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